Ageing in place é a capacidade de continuar a viver em casa e na comunidade ao longo do tempo, com segurança e de forma independente.
Este conceito requer uma abordagem interdisciplinar protagonizada pela gerontologia, valorizando intervenções em diferentes escalas: nacional, regional, comunitária e individual. Atualmente, nos países economicamente mais favorecidos, quando os idosos começam a perder autonomia e capacidades, a opção é muitas vezes a institucionalização, enquanto nos países economicamente mais frágeis o ageing in place surge não como uma opção mas sim uma necessidade, dadas as limitações dos sistemas de segurança social e a falta de alternativas institucionais. É por isso urgente valorizar e dar a conhecer o que de positivo se faz para promover o ageing in place em Portugal, onde uma população cada vez mais envelhecida não pode ficar à margem das comunidades em que vive. À pergunta “Qual o lugar ideal para envelhecer?” as pessoas mais velhas respondem geralmente: “Aquele que eu já conheço!”.
Na verdade, envelhecer no lugar onde se viveu a maior parte da vida e onde estão as principais referências dessa vida (relacionais e materiais) constitui uma vantagem em termos de manutenção de um sentido para a vida e de preservação de sentimentos de segurança e familiaridade. Isto é alcançado tanto pela manutenção da independência e autonomia, como pelo desempenho de papéis nos locais onde se vive. Assim, o ageing in place atua de múltiplos modos, que precisam de ser tidos em conta na definição de ações e políticas dirigidas aos mais velhos.
Assim se evidencia a importância do ageing in place em termos funcionais e emocionais, no sentido de manter as pessoas idosas não só a viver em suas casas mas também a participar na vida das suas comunidades, pelo tempo mais alargado que lhes for possível. Pretende-se ir além do reconhecimento da importância dos serviços de apoio domiciliário, chamando a atenção para iniciativas que, pelo seu carácter inovador, possam efetivamente constituir-se como boas práticas neste domínio.
O ageing in place não pode ser encarado como um recurso mas como a primeira opção, pelas vantagens de inclusão social e de recompensa emocional que traz associadas.